Produtores rurais mudaram a maneira de agir para evitar o avanço de voçorocas e a morte de nascentes de rios no sudoeste de Goiás. Mais de 90 crateras foram identificadas na região e, para evitar maiores danos à natureza, a Delegacia Estadual do Meio Ambiente (Dema) teve de recorrer à Justiça em alguns casos.
Um deles foi referente a uma voçoroca que fica em uma propriedade particular em Mineiros (GO). Com mais de cem anos, o buraco já tinha 2 km de extensão e continuava avançando. “Esse foi um caso que precisamos levar ao Judiciário, pois entendemos que, mesmo após conversas, não estavam sendo adotadas as medidas necessárias de forma emergencial”, explicou o delegado Luziano Carvalho.
Com isso, o dono da propriedade, o agropecuarista Eduardo Oliveira de Resende, foi obrigado a plantar cerca de 3 mil mudas de espécies nativas do cerrado para ajudar na contenção da erosão e os resultados já começaram a aparecer. “De agora em diante, é preservar e a gente espera salvar tudo”, disse.
Outra voçoroca que foi recuperada na cidade é chamada de Chitolina, que tem 3 km de extensão e 40 de profundidade. O local passou a sofrer intervenções em 2002, com plantio de árvores como a quaresmeira. O resultado, depois de 13 anos, é que a cratera parou de crescer, está estabilizada, e já apresenta uma regeneração natural.
“Você protege, estabiliza a voçoroca e está controlando a água que está lá dentro. Isso depende que a cabeceira esteja assim, tomada de mato e árvores”, destacou o delegado.
Jataí
Uma cratera de 8,2 km de extensão também apresenta sinais de recuperação em Jataí, também no sudoeste do estado. O local precisou ser isolado para que o gado não tivesse mais acesso á área, pois a cada vez que os animais passavam, maior ficava a voçoroca.
Além disso, o dono da propriedade, o produtor rural Francisco Alves Maia, conta que foi preciso proteger a nascente existente no local das ações do clima, como a chuva. Com a força da água, a terra era levada e isso favorecia o aumento do buraco. Sendo assim, foram feitas algumas curvas de nível para mudar o sentido da água.
“As intervenções dão certo. Lá você vê que a nascente tem água limpa, que corre o ano todo. Por isso, cercando o local com árvores e muito mato, consegue proteger a área”, destaca Maia.
Fonte: G1 Goiás